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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Acuse-os do que você faz.

Um amigo conta que, em uma antiga lista de discussão na Internet, recomendaram ao Olavo de Carvalho que instalasse um firewall em seu computador devido aos riscos da grande rede. Após fazê-lo, ele logo voltou a postar na lista dizendo-se impressionado com as centenas ou milhares de tentativas de invasão que havia sofrido em poucos minutos e acreditando serem ataques pessoais devido ao que escrevia na grande mídia. 

Qualquer um recebe tais ataques, continuamente, por robôs virtuais que não fazem qualquer distinção quanto às suas vítimas. São tão indiferentes ao alvo quanto o mosquito transmissor da dengue. Em vez de se informar antes, mais uma vez preferiu fantasiar uma importância que nunca teve.

Ontem, algo parecido voltou a acontecer, quando os perfis facebookianos de dois dos filhos do grande filósofo teriam sido tirados do ar. Quem teria conseguido tal façanha? Segundo ele, seus críticos mais tenazes:




Um de seus alunos chegou a comprar a teoria conspiratória e a revendeu em grande estilo:



Sob esse mesmo post, convocou até um ataque em massa aos perfis dos irmãos Velasco:



Mas depois da histeria, sempre vem a marchetaria. Ou o marcheteiro, que postou, esclarecendo o ocorrido:




Se lembrarmos que a Romênia está em 45º lugar no Pisa, não surpreende o fato do filho do homem que quer "romenizar" o país não entender "por qual motivo" o Facebook o obrigou a cumprir os Termos e Condições com os quais ele havia concordado ao criar o perfil na rede social. E seria até injusto culpá-lo: Paulo Freire na escola e educação com a qualidade romena em casa deve ter efeitos realmente devastadores.

Seja como for, até este momento, os que foram injustamente responsabilizados por um ato que não praticaram aguardam uma desculpa pública que provavelmente jamais virá.

E de que lado partiu a acusação injusta, esse histrionismo persecutório? Do mesmo lado que estupidamente já confessou ter usado de meios ilícitos na internet. É o "Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz". 


A propósito, diante do ocorrido, recordei que havia repassado ao Olavo, em 05 de julho de 2006, este link para um artigo no site do Channel 4, já não mais ativo mas cujo conteúdo está agora aqui, em que se diz que documentos demonstram que George W. Bush e Tony Blair discutiram a possibilidade de camuflar um avião americano com as cores das Nações Unidas para que ele entrasse no espaço aéreo iraquiano, fosse derrubado e então se pudesse acusar Saddam Hussein de violar as condições acertadas com a instituição e conseguir seu apoio à Guerra do Iraque. 

Ele me respondeu no dia seguinte com essas palavras (grifos meus):


Esse moralismo anti-Bush está deixando você meio bobo. Qualquer criança sabe que o engodo e a mentira são da essência mesma da arte da guerra. Mas, contra George W. Bush, vale até acusá-lo de ser mau por querer enganar o inimigo.


Diante dessa versão luciferina do conceito de "guerra justa" agostiniana, qualquer criança desconfia da sinceridade das injustas suspeitas lançadas. 

É esse o embrião da nova elite política do Brasil pós-PT? 

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