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terça-feira, 14 de julho de 2015

Sabe de nada, inocette!




Usando os meus conhecimentos de esoterismo, estava pensando aqui em como criar um esquema esotérico para enganar os conservadores brasileiros e cheguei ao que eu acredito ser a receita do sucesso. Vamos lá:

1. Como um gnóstico travestido de cristão, levarei os meus seguidores a criar organizações para angariar mais seguidores. 


2. Essas organizações funcionarão como tariqas islâmicas: terão uma fachada "ortodoxa", que atrairá o interesse e o dinheiro de um grande grupo de pessoas. 

3. No centro dessas organizações, porém, haverá o "núcleo duro" de iniciados no culto gnóstico. 

4. Entre os diversos pagantes, haverá sempre aqueles poucos que se destacarão e irão, paulatinamente, se aproximando desse "núcleo duro" até, se tiverem o perfil, serem convidados a se juntar a ele. É quando ocorrerá a iniciação.

5. A partir do momento em que a pessoa for iniciada, o grupo irá se comprometer a vendê-la como a encarnação da perfeição: se ela der aulas de latim, será promovida como uma sumidade na língua e em seu ensino. Se for professor de literatura, dirão que ninguém consegue entender nenhum romance sem a sua ajuda. Em troca, ele só terá de dizer que deve tudo o que sabe a mim, o grão-mestre gnóstico travestido de cristão. Mesmo que eu não entenda muito do assunto que o meu discípulo ensina. É o que se chama de guru yoga no hiduísmo. 

6. E o que distinguirá os iniciados dos outros? Na prática, só o acesso a orgias, bacanais, sacrifícios, etc. Mas nada disso será feito de forma vã. Não, de forma alguma: o iniciado fará parte de uma elite. Não será um mero devasso, até porque ele estará esotericamente acima da moral, e,  portanto, não será um imoral. Ele fará isso tudo "ritualmente", somente com o intuito de "desintegrar" seu ego, seu eu pessoal, e, com isso, facilitar o acesso de seu "Eu Superior" à gnose. 

7. Enquanto o iniciado não atingir a "iluminação", ele manterá as práticas rituais do Cristianismo que professará exteriormente, pois ainda terá de garantir a salvação de sua alma - como fazem os que seguem Vishnu e Shiva ao mesmo tempo. Mas, uma vez que atinja a gnose, o cumprimento desses ritos, se se mantiver, será somente como fachada. Eles serão considerados, a partir de então, desnecessários, pois já se terá obtido "algo maior". 

8. Sacrifícios? Para quê? Como justificar algo assim justo no Cristianismo, que já tem a vítima perfeita? Uma das razões é que o iniciado deverá emular o sacrifício feito pelo Eterno Feminino quando manifestado como a Virgem Maria. Ela não deu o primogênito em sacrifício? Então o casal de iniciados deverá fazer o mesmo: abortar, em sacrifício, pelo menos o primeiro filho gerado após a iniciação. 

9. Mas não é só abortar por abortar, pois isso é errado. Pelo menos para os exotéricos, que o fazem sem uma finalidade maior, "ritual". No caso do gnóstico, o iniciador e o casal de iniciados irão comer parte do feto abortado, e o restante será colocado em três canecas, ou outros recipientes - um para cada participante -, que ficarão, por sua vez, no altar do Eterno Feminino (da Virgem Maria, mais especificamente, pois se tratará de gnosticismo em sua forma cristã). Após esse ritual, cada recipiente escolhido estará - ou pelo menos é assim que eu acredito - com um demônio aprisionado, cujos poderes serão utilizados por seu dono para seduzir os ouvintes, bastando colocar o objeto mágico entre ele e a platéia, ou colocar a mão sobre o recipiente para ter acesso ao seu "poder". 

10. Lembre-se, porém, de que, se alguém beber desse recipiente, o poder do demônio sobre essa pessoa cessará e ela poderá até mesmo enxergar o demônio. 

11. Ah, você não acredita que alguém poderia criar uma organização assim, mesmo sabendo que boa parte da elite americana participa de rituais como os do Bohemian Grove?

Sabe de nada, inocette! Eu sou o maior filósofo vivo desse país!

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