Pesquisar este blog

terça-feira, 21 de julho de 2015

A elite de homens-massa.

Aécio Neves deu entrevista a Marília Gabriela em 27 de junho de 2010.

Aécio Neves em De Frente com Gabi

Aqui vocês escutam o que a grande esperança da "nova direita" disse sobre seu partido e o PT na ocasião. Na altura dos 3 minutos e 40 segundos da gravação, ouve-se:

... em algum momento - alguns dos meus aliados não gostam quando eu falo nesse aspecto, mas eu acredito muito nisso -, eu acho que vai chegar um momento em que o PT e o PSDB vão estar juntos em um projeto a favor do Brasil. Porque o que nos separa hoje é muito mais a disputa pelo poder do que diferenças ideológicas profundas, [...] porque, no momento em que nos afastamos como estamos afastados hoje, nóis [sic] damos um espaço muito grande à periferia da política,..

Qual é a "periferia da política" que ele quer tanto evitar? Ele cita os partidos pequenos, mas não incluiria também aqueles que são contra os excessos dos programas sociais, já que ele propunha expandi-los durante a campanha?

Essa "periferia da política" não seria composta também por gente como o Prof. Hermes Nery, o católico anti-abortista que não tem pudores em se juntar a gnósticos e maçons para derrubar Dilma? A julgar pelo que Aécio pensa do aborto, esse é um dos tipos "periféricos" que ele até tolera enquanto serve a seu partido na "disputa pelo poder" com o PT, mas, assim que o objetivo for alcançado, ele certamente também irá tentar isolá-los da política. 

Ser massa de manobra para um homem dos Rotschild auxiliado por um homem da J.P. Morgan e, ao mesmo tempo, servir aos propósitos de médio e longo prazo de um gnóstico sionista é a função da "nova direita" brasileira, essa auto-intitulada elite conservadora que não consegue nem mesmo entender o que um candidato registrou em entrevista e em seu programa de governo, quanto mais o projeto político-cultural e espiritual de sofisticados esotéricos.  



terça-feira, 14 de julho de 2015

Sabe de nada, inocette!




Usando os meus conhecimentos de esoterismo, estava pensando aqui em como criar um esquema esotérico para enganar os conservadores brasileiros e cheguei ao que eu acredito ser a receita do sucesso. Vamos lá:

1. Como um gnóstico travestido de cristão, levarei os meus seguidores a criar organizações para angariar mais seguidores. 


2. Essas organizações funcionarão como tariqas islâmicas: terão uma fachada "ortodoxa", que atrairá o interesse e o dinheiro de um grande grupo de pessoas. 

3. No centro dessas organizações, porém, haverá o "núcleo duro" de iniciados no culto gnóstico. 

4. Entre os diversos pagantes, haverá sempre aqueles poucos que se destacarão e irão, paulatinamente, se aproximando desse "núcleo duro" até, se tiverem o perfil, serem convidados a se juntar a ele. É quando ocorrerá a iniciação.

5. A partir do momento em que a pessoa for iniciada, o grupo irá se comprometer a vendê-la como a encarnação da perfeição: se ela der aulas de latim, será promovida como uma sumidade na língua e em seu ensino. Se for professor de literatura, dirão que ninguém consegue entender nenhum romance sem a sua ajuda. Em troca, ele só terá de dizer que deve tudo o que sabe a mim, o grão-mestre gnóstico travestido de cristão. Mesmo que eu não entenda muito do assunto que o meu discípulo ensina. É o que se chama de guru yoga no hiduísmo. 

6. E o que distinguirá os iniciados dos outros? Na prática, só o acesso a orgias, bacanais, sacrifícios, etc. Mas nada disso será feito de forma vã. Não, de forma alguma: o iniciado fará parte de uma elite. Não será um mero devasso, até porque ele estará esotericamente acima da moral, e,  portanto, não será um imoral. Ele fará isso tudo "ritualmente", somente com o intuito de "desintegrar" seu ego, seu eu pessoal, e, com isso, facilitar o acesso de seu "Eu Superior" à gnose. 

7. Enquanto o iniciado não atingir a "iluminação", ele manterá as práticas rituais do Cristianismo que professará exteriormente, pois ainda terá de garantir a salvação de sua alma - como fazem os que seguem Vishnu e Shiva ao mesmo tempo. Mas, uma vez que atinja a gnose, o cumprimento desses ritos, se se mantiver, será somente como fachada. Eles serão considerados, a partir de então, desnecessários, pois já se terá obtido "algo maior". 

8. Sacrifícios? Para quê? Como justificar algo assim justo no Cristianismo, que já tem a vítima perfeita? Uma das razões é que o iniciado deverá emular o sacrifício feito pelo Eterno Feminino quando manifestado como a Virgem Maria. Ela não deu o primogênito em sacrifício? Então o casal de iniciados deverá fazer o mesmo: abortar, em sacrifício, pelo menos o primeiro filho gerado após a iniciação. 

9. Mas não é só abortar por abortar, pois isso é errado. Pelo menos para os exotéricos, que o fazem sem uma finalidade maior, "ritual". No caso do gnóstico, o iniciador e o casal de iniciados irão comer parte do feto abortado, e o restante será colocado em três canecas, ou outros recipientes - um para cada participante -, que ficarão, por sua vez, no altar do Eterno Feminino (da Virgem Maria, mais especificamente, pois se tratará de gnosticismo em sua forma cristã). Após esse ritual, cada recipiente escolhido estará - ou pelo menos é assim que eu acredito - com um demônio aprisionado, cujos poderes serão utilizados por seu dono para seduzir os ouvintes, bastando colocar o objeto mágico entre ele e a platéia, ou colocar a mão sobre o recipiente para ter acesso ao seu "poder". 

10. Lembre-se, porém, de que, se alguém beber desse recipiente, o poder do demônio sobre essa pessoa cessará e ela poderá até mesmo enxergar o demônio. 

11. Ah, você não acredita que alguém poderia criar uma organização assim, mesmo sabendo que boa parte da elite americana participa de rituais como os do Bohemian Grove?

Sabe de nada, inocette! Eu sou o maior filósofo vivo desse país!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O impeachment e a Grande Mãe

Está marcado para hoje um novo bate-papo online entre algumas das lideranças dos movimentos pelo impeachment de Dilma. O Hangout foi intitulado "O Fim do Registro do PT e o Início de uma Nova Era", como pode ser conferido no perfil do Facebook de uma das participantes:


Beatriz Kicis de Sordi, ou Bia Kicis, é advogada e procuradora em Brasilia, e provavelmente por isso seja pouco conhecida no epicentro do movimento anti-Dilma, destacadamente paulista. Mas seu nome está em ascensão, aparecendo cada vez mais frequentemente em associação com o Revoltados Online, de Marcello Reis

Dado esse seu protagonismo emergente, decidi saber um pouco mais sobre a "nova" liderança e, surpreendido com mais uma confirmação do que venho apontando recentemente, não gostei nada do que encontrei. Basta verificar o perfil da líder brasiliense na rede social para descobrir que sua atividade principal, ou pelo menos a que ela prefere destacar, não é o Direito. Tentando parir uma Nova Era pós-PT, ela, de fato, já vive em uma new age: Beatriz Kicis é não só praticante, mas mestre de Reiki. 



Para quem não sabe, o reiki é um método de cura pela imposição das mãos criado no Japão. Mas essa descrição não dá uma idéia clara de sua natureza, que, creio, muitos dos clientes ou pacientes de reiki ignoram: ao contrário de métodos como a "cura prãnica", que pretende manipular supostas energias curativas do aplicador e do doente sem apelar para nada sobrenatural, o reiki, apesar de não se dizer uma religião, exige iniciação com divindades e envolve símbolos mais ou menos secretos, como atesta o próprio mestre de Beatriz Kicis

A propósito, vejamos em mais detalhes a sua formação na área, conforme o currículo que disponibiliza no site da Escola Brasileira de Reiki:


Percebam o padrão se repetindo: assim como o pianista do Instituto Cultural Lux e Sapientia, liderado por dois filhos de Olavo de Carvalho, ela tem ligações com Osho e com o tantrismo (onde se lê "tibetano" é favor ler-se "budismo tântrico"). 

Mas existe um padrão ainda mais significativo. O leitor que tem acompanhado os meus Hangouts no canal do Prometheo Liberto intitulados "Descontruindo Olavo de Carvalho" já estão familiarizados com o conceito central do gnosticismo: o Eterno Feminino, as Shaktis hindus relacionadas com o sistema do tantrismo, e suas outras ditas manifestações nas diversas tradições, sempre como a Grande Mãe que seria também a responsável por trazer o conhecimento, a sabedoria, a gnose. 

Pois vejam só a "Prece de Conscientização" que se encontra no site da Escola Brasileira de Reiki, de Bia Kicis:


Já mostrei aqui, em um post recente, que, sob a influência de Olavo de Carvalho, o rockeiro Lobão está virando sufi sem nem saber disso. No final do 4º Hangout com o Prometheo Liberto, chamei atenção para o projeto olaviano de "romenização" do Brasil e os riscos da "nova direita" olavette dominar o país com uma elite política e intelectual gnóstica substituindo o infame Foro de São Paulo. 

Querem se livrar da Dilma "Mulher Sapiens" Rousseff? Só cuidem para não jogar o país no colo de Kali. 











sexta-feira, 10 de julho de 2015

Olavo de Carvalho is a loser.

Depois da pérola do "True Outspeak" - "outspeak" é verbo, portanto não pode ser modificado pelo adjetivo "true" -, Olavo de Carvalho decidiu jogar "information" no plural. 


Que porcaria de professora de inglês é essa que você recomenda, Olavo? Há mais de uma década nos Estados Unidos e ainda não consegue ler e pelo jeito nem escrever sem traduzir ao pé da letra?

Se ele morasse no Japão, certamente teria um lugar de honra no divertido site www.engrish.com, que cataloga o pseudo-inglês encontrado nas lojas do país.

Mas a qualidade do inglês do Olavo não tem importância?! Realmente não tem. E nem as fofocagens dos "círculos guenonianos" têm a ver com o que eu apontei sobretudo no mais recente Hangout do Prometheo Liberto: o Olavo, ex-representante de Schuon no Brasil, diz que a Unidade Transcendente das Religiões é irrefutável e que o esoterismo defendido por Guénon e os perenialistas em geral é conciliável com o Cristianismo. Eu provei que o perenialismo usa o satanismo como via e tem a "gnose luciferiana" como fim. 

Olavo, você não consegue debater comigo. Você perdeu. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Como transformar um roqueiro em sufi sem ele saber

O cantor Lobão está para lançar um álbum de título "Rigor e Misericórdia". 

Assim ele explica a escolha do nome:


Por que "Rigor e Misericórdia"?

Foi por causa do Olavo de Carvalho. Estava lendo um livro dele sobre com um ensaio do  "Silêncio dos Inocentes", que é absolutamente genial. Ele diz que a poesia e a filosofia são os dois pilares. Enquanto o poeta transmite para os outros, a filosofia procura a verdade para si. A filosofia é o rigor, e a poesia é a misericórdia.
Lobão não sabe que o projeto filosófico de Olavo de Carvalho segue as linhas traçadas por Raymond Abellio: transportar o gnosticismo dos perenialistas para uma linguagem filosófica. O roqueiro não entende todas as implicações da isca que mordeu.

A contraposição rigor-misericórdia é um tema central do esoterismo islâmico
amplamente explorado por Frithjof Schuon: o primeiro termo pertence aos atributos masculinos de Allah, seu Rigor ou Majestade (Jalal), enquanto a misericórdia seria um de seus atributos femininos, expressão de sua Beleza (Jamal); filosofia contraposta à poesia é somente uma aplicação contingente dessa dualidade. 
Segundo Schuon, o Absoluto tem dois aspectos:

um horizontal, masculino, como um pênis ereto de um homem em pé, que se limita a um único plano (como o rigor da filosofia, que "procura a verdade para si"),
um vertical, feminino - como o rasgo da vagina que se projeta para baixo e se expande, "doando-se" ao gerar e ao buscar o "outro" (como a misericórdia do "poeta" que "transmite para os outros").
Lobão não sabe ainda, mas, ao engolir a conta-gotas o gnosticismo velado de Olavo de Carvalho, está virando "sufi" sem nem pensar em ser um. 
O cantor já confessou ter cooperado conscientemente com o Comando Vermelho. Em busca de redenção, ignora o papel que claramente lhe foi atribuído na "romenização" do país: o de interface do gnosticismo com a cultura pop. 
Lobão, coitado, parece-me somente um homem moderno em busca de uma alma. Temo, porém, que ele arrisque perder a única que tem. 
Mas não foi por falta de aviso.