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terça-feira, 17 de março de 2015

A dança dos números e o novo Sapo Barbudo



Em 2011 e 2012, o conservador Mídia sem Máscara publicou artigos em que se apontava a inflação dos números da Parada Gay de São Paulo. Aceitou-se, para isso, o que disse a apuração do Datafolha, que jogou os 4 milhões de pessoas, segundo os organizadores, para meras 270 mil.

Agora que o mesmo instituto indica somente 210 mil pessoas na manifestação contra Dilma no último dia 15 em São Paulo, os anti-petistas estão indignados: de repente, a direita, que normalmente diz confiar mais na iniciativa privada, passou a aceitar somente os dados da Polícia Militar - o braço armado do Estado -, que apurou mais de 1 milhão na Av. Paulista.

Segundo O Antagonista,  Datafolha e UOL "[a]jeitaram com a mão a contagem falsa depois que a PM mostrou, no Fantástico, que utiliza tecnologia avançada para medir o número de manifestantes". O fato da PM paulista estar sob a direção de um governador tucano não fez com que os experientes "ex-redator chefe da Veja Mario Sabino e o ex-colunista da Veja Diogo Mainardi", que costumam apresentar um viés liberal, suspeitassem dos números estatais?

E esse "a PM mostrou, no Fantástico, que utiliza tecnologia avançada"  foi relatado, pelo site do Fantástico, em termos bem menos assertivos:

A Polícia Militar de São Paulo informou como chegou ao número de um milhão de manifestantes na Avenida Paulista. A PM diz que usou uma ferramenta tecnológica com mapas e georreferenciamento, baseadas nas imagens aéreas colhidas por um dos helicópteros águia. Assim, determinando a extensão principal da manifestação, bem como, a ocupação das ruas adjacentes, foi adotado como parâmetro de cálculo, naquele momento, de cinco pessoas por metro quadrado.

 Existe uma grande diferença entre "mostrou" e "diz que usou".

Na mesma linha argumentativa, o Datafolha, especula O Antagonista, "pelo jeito, conta no olho". Mas não é o que se vê nesse vídeo, em que jornalistas da Folha de São Paulo e um representante do instituto discutem a metodologia que, conforme alegam, lhes permitiu rever os números da Parada Gay para um nível muito mais módico.

Já o "Surtados" Online, cujas figuras públicas são um Sapo Barbudo e uma loira estereotipadamente... loira (como o Lula e a Carla Perez, mas só que não), ficaram "revoltados online" quando Leonardo Sakamoto preferiu o levantamento do Datafolha ao da PM (pois esquerdistas também sacam uma repentina admiração pela competência da iniciativa privada quando isso lhes parece interessante).  Chegaram até mesmo a convocar seus leitores para protestarem em massa no blog chapa-branca.

De minha parte, eu ainda aguardo que o nosso novo Sapo Barbudo esclareça as ligações de seu grupo com outras figuras que não aparecem publicamente vinculadas, além de suas ações conjuntas com o Femen quando esse ainda era financiado por George Soros, o mesmo que, por uma curiosa coincidência, admitiu à CNN ter financiado a derrubada do presidente eleito da Ucrânia.

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