Pesquisar este blog

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Olavo vs. a Realidade

REVISADO E AMPLIADO EM 26 DE MARÇO DE 2019. Titulo original: Olavo vs. Robert Kagan.

O nacionalismo americano, segundo Olavo de Carvalho [grifos meus]:


No que diz respeito ao conteúdo ideológico geral, o nacionalismo americano é em essência um conservadorismo, empenhado em manter viva a tradição constitucional e o legado dos Founding Fathers. Isso quer dizer que a Constituição, na perspectiva nacional-conservadora, deve ser interpretada segundo a intenção de seus autores, não deformada por arranjos posteriores que, a pretexto de fazer dela "um documento vivo" (expressão de Al Gore), tratam logo de sepultá-la.
A ideologia dos fundadores da República Americana foi uma síntese originalíssima que harmonizava as reivindicações práticas do Iluminismo com as exigências e princípios do cristianismo bíblico...
Os americanos são o único povo, em todo o universo, que é governado por uma Constituição cristã, ...

Comparem isso ao que diz Robert Kagan em The Cowboy Nation: against the myth of American innocence ou em sua entrevista à Frontpagemag, em 2003. É a diferença entre quem imagina práticas a partir de princípios e quem faz o homework e se baseia em documentação e fatos históricos.

Kagan, aliás, escreveu "Do Paraíso e do Poder", editado no Brasil pela Rocco:

página 88:

O mito da tradição "isolacionista" dos EUA é notavelmente resistente. Mas é mito. A expansão do território e influência tem sido a realidade inescapável da história dos EUA, e não tem sido uma expansão inconsciente... Mesmo enquanto ainda eram um conjunto fraco de colônias pouco unidas e espalhadas pelo litoral do Atlântico..., os EUA já despontavam para os seus líderes como um "Hércules no berço", "embrião de um grande império"... Jefferson previou a implantação de um vasto "império da liberdade". Hamilton acreditava que os EUA iriam "em breve assumir um comportamento correspondente a seus grandes destinos"...

página 89:

... Os EUA devem tornar-se uma grande potência, e talvez a maior potência, acreditavam, bem como muitas gerações subseqüentes de norte-americanos, porque os princípios e os ideais sobre os quais o país se fundara eram inquestionavelmente superiores... A prova da importância transcendental do experimento americano não se encontraria apenas na perfeição perene de suas instituições nacionais, mas também na disseminação da influência americana... É por isso que sempre foi tão fácil para tantos americanos acreditar, como muitos ainda crêem hoje, que, ao promover seus próprios interesses, promovem os interesses da humanidade. Conforme afirmara Benjamin Franklin, a causa dos Estados Unidos "é a causa de toda a humanidade".

página 92:

... os ataques... incentivaram e aceleraram, mas não alteraram a essência do rumo em que já se encontravam os EUA. 



Seria proveitoso também comparar o que o Olavo diz sobre a suposta "constituição cristã" americana ao que nos informa o documentarista cristão conservador americano Chris Pinto em seu The Hidden Faith of the Founding Fathers. Conforme se lê no material promocional do DVD:



... Muitos [dos pais] fundadores estavam envolvidos em sociedades secretas, e, mesmo assim, ainda se alega que esses homens eram cristãos tentando construir uma nação cristã...



O que os fundadores acreditavam a respeito da Pessoa de Jesus Cristo? Eles estavam lutando pelo Cristianismo, ou contra ele? ...



Charles Thomson foi o Secretário do Congresso Continental e o responsável pelo projeto final do Grande Selo dos Estados Unidos. Diz-se que ele estava mais familiarizado com os eventos e pessoas envolvidos na Revolução Amricana do que qualquer outro em sua época. Ele passou anos documentando a história da Guerra da Independência e sabia muitos detalhes que haviam escapado aos outros. Embora incentivado a publicar sua notável história, ele preferiu destruí-la. Ele disse: "Eu não desenganarei as futuras gerações".  









Nenhum comentário:

Postar um comentário